domingo, dezembro 04, 2005

Mais pseudo-eventos

‘O maior obstáculo à descoberta não é a ignorância, mas a ilusão do conhecimento’ (Daniel Boorstin)

O CASO FÁTIMA FELGUEIRAS

Daniel Boorstin e os pseudo-eventos

Pseudo-eventos (artigo de Estrela Serrano "Jornalismo e Elites do Poder")
Exemplo de Pseudo-evento ( de acordo com Eduardo Cintra Torres "Drama e emoção na política")

quarta-feira, novembro 09, 2005

Edukadores



Jan, Peter e Jule estão a viver a sua juventude rebelde. Estão unidos pela sua paixão de mudar o mundo.
Jan canaliza a sua fúria defendendo que os mais ricos devem ser “edukados”. O seu companheiro de casa, Peter, partilha os mesmo ideais, mas é mais descontraído. Jule, a namorada de Peter, muda-se lá para casa porque já não consegue sobreviver com o seu salário de empregada num restaurante.
Jule não sabe muito sobre o movimento de Jan e Peter “Os Edukadores”, que misteriosamente e de forma criativa deixa mensagens, tais como “Os Vossos Dias de Abundância estão contados” em casa dos mais ricos. Mas Jule também tem um segredo: um acidente de automóvel no passado estragou-lhe a vida e obriga-a a fazer pagamentos mensais a um rico empresário, Hardenberg.
Com Peter de férias, em Barcelona, Jan e Jule decidem entrar na casa de Hardenberg para o “edukarem”. Começam também a perceber a atracção mútua que existe entre os dois. Jan e Jule são obrigados a voltar outra vez a casa de Hardenberg por causa de um telemóvel esquecido, mas são surpreendidos pelo proprietário. Telefonam a Peter a pedir ajuda, mesmo sabendo que assim ele poderá descobrir o seu romance.
O trio decide então raptar o rico empresário e levá-lo para uma casa na montanha. Aí os jovens idealistas ficarão frente-a-frente com os valores da geração no poder.

O filme parte de um discurso com um pouco de Maio de 68, mas a partir daí navega entre a retórica anti-globalização e uma interessante redefinição da acção política directa como algo inócuo e divertido. “Acho que os filmes políticos são sempre necessários. Nos jovens alemães, a consciência política está muito diluída. Noto isso em mim. Não que eu seja um revolucionário ou um anarquista mas partilho muitos dos ideais dos Edukadores e tenho consciência política. Sei que não vamos mudar o mundo com meia dúzia de filmes, mas talvez consigamos pôr as pessoas a pensar”, diz Daniel Brühl, o actor principal.

Fonte: Dossiê de imprensa da Atlanta Filmes

terça-feira, novembro 01, 2005

FILME: Crónicas




O programa de televisão "Uma hora com a Verdade" é transmitido todas as noites de Miami para toda a América Latina, com as histórias sensacionalistas mais fortes que se podem encontrar.
Para um desses programas, o apresentador Manolo Bonilla (John Leguizamo) voa para o Equador, na companhia da produtora Marisa (Leonor Watling) e o operador de imagem Ivan (José Maria Yazpik), seguindo a pista de um violador e assassino de crianças, conhecido como "O Monstro de Babahoyo".
A morte acidental de uma criança leva os habitantes de uma pequena povoação a quase linchar Vinicio Cepeda (Damián Alcázar), um humilde vendedor de Bíblias. A intervenção de Manolo salva a vida do homem. É uma grande história para o programa.
Vinicio é mesmo encarcerado, por homicídio involuntário, e oferece a Manolo informações sobre o "Monstro", a troco de uma reportagem sobre a sua injusta situação. Manolo aceita, atraído pelo lado obscuro que pressente em Vinicio, e começa a quebrar todas as regras, decidido a ser ele o herói que detém o assassino com as suas próprias mãos.

domingo, outubro 30, 2005

LIVRO: Apocalípticos e Integrados



ECO, UMBERTO (1991), Apocalípticos e Integrados, DIFEL, 1ª edição, 430 pps.

Eco reuniu num livro uma série de ensaios sobre a cultura de massas, artigos nos quais analisa a estrutura daquilo que designa o mau gosto, a leitura de banda desenhada, o mito do Super-homem, as músicas da sociedade de consumo, o papel dos meios de comunicação audiovisuais como instrumento de informação e a influência da televisão na sociedade de massas. Para Eco existem dois modos de encarar esta sociedade: a postura dos apocalípticos que vêm na sociedade de massas a anti-cultura, o sinal de uma queda irreparável da sociedade, e a postura dos integrados, que acreditam com optimismo a vivência numa era de harmonia cultural, acessível a todos.

LIVRO: A sociedade de consumo




Baudrillard, Jean (1981) A sociedade de Consumo, Lisboa, Ed.70, 216 pps.

Uma análise profunda e estimulante daquilo que constitui um dos fenómenos mais característicos das sociedades desenvolvidas da segunda metade do século XX.
A Sociedade de Consumo, uma das inúmeras publicações de Jean Baudrillard, constitui uma das principais contribuições para a Sociologia contemporânea, e é hoje uma obra consagrada internacionalmente. Nela procede o autor a uma análise profunda e estimulante daquilo que constitui um dos fenómenos mais característicos das sociedades desenvolvidas da segunda metade do séc. XX, mostrando de que forma as grandes corporações tecnocráticas suscitam desejos irreprimíveis, criando novas hierarquias sociais que substituíram as antigas diferenças de classes. O consumo, na qualidade de novo mito tribal, transformou-se, segundo o autor, na moral do mundo contemporâneo.
Jean Baudrillard, sociólogo francês, é considerado um dos mais importantes especialistas dos fenómenos da comunicação de massas e das suas repercussões na economia e organização política.
Fonte: Edições 70

LIVRO: O império do efémero




LIPOVETSKY, Gilles (1989). O Império do Efémero, Dom Quixote.


O livro aborda a questão da moda numa sociedade de consumo exarcebado, a par com o surgimento dos novos valores da pós-modernidade como o hiper-individualismo, na era da produção de massa. No entender de Lipovetsky, o crescimento do fenómeno da moda na sociedade contemporânea liga-se à sociedade pós-moderna “na medida em que foi a moda que nos arrancou da sociedade disciplinar, autoritária, convencional, em proveito de uma sociedade hiperindividualista, na qual os indivíduos vivem em self-service, onde podem escolher seus modos de vida e não mais submeter-se a coações, no trabalho em particular, ou na falta de trabalho, com a questão do desemprego”.

ENTREVISTA A LIPOVETSKY

LIVRO: A manipulação dos media



CHOMSKY, Noam (2003) A manipulação dos media. Os efeitos extraordinários da propaganda, Editorial Inquérito. 110 págs.





SITE OFICIAL

LIVRO: A fabricação da informação



AUBENAS, Florence, BENASAYAG, Miguel (2002), A fabricação da informação. Os jornalistas e a ideologia da comunicação, Campo dos Media, Campo das Letras, 105 págs.

Este livro é uma abordagem crítica à maneira como os Meios de Comunicação Social concebem e tratam a informação. “Uma informação construída em função de grelhas prévias, de modo a poder ser encaixada num argumento concebido de antemão”, escreve-se na contracapa.

LIVRO: Propagandas silenciosas




RAMONET, IGNACIO (2000), Propagandas Silenciosas: massas, televisão, cinema, Campo dos Media, Campo das Letras, 232 págs.

Tema recorrente da obra de Ramonet, a manipulação mediática volta a ser a personagem central de Propagandas Silenciosas. Os perigos escondidos por detrás da informação e do entretenimento, duas situações para as quais hoje em dia não se encontram fronteiras nítidas, são desvendados pelo autor que considera que as imagens veiculadas em “spots publicitários, filmes-catástrofe, séries policiais, comédias, cenas de guerra e violência… deixam vestígios subliminares cuja influência a longo prazo, acaba por determinar profundamente o nosso comportamento. E por reduzir a nossa liberdade”, refere no livro.
Na divulgação deste livro, a Campo das Letras recorda: "Face ao poder renovado das comunicações de massas, a questão que se põe hoje em dia aos cidadãos já não é: somos manipulados? Pois a resposta a esta pergunta, como todos o sabem, é infelizmente afirmativa. Trata-se agora de saber como somos mentalmente influenciados, controlados, condicionados". No livro Ramonet relembra ainda "como se fabrica uma ideologia, como se constrói essa silenciosa propaganda que visa domesticar o nosso espírito, violentar o nosso cérebro e intoxicar o nosso coração".
Um dos exemplos frisados, para comprovar a omnipotência dos media, é o facto de nas modernas sociedades mediáticas, "uma criança de quatro anos, ainda antes de entrar para a escola, já foi exposta a vários milhares de horas de televisão e devorou com os olhos sugestões efémeras que rapidamente desaparecem.Desaparecem? Não por completo, diz-nos Ignacio Ramonet."

LIVRO: Nós os media



GILMOR, Dan (2005), Nós os Media, Editorial Presença, 240 págs


Livro visionário sobre as novas possibilidades da Era da Comunicação Global, Nós os Media aborda o papel das novas tecnologias, em especial da Internet, em mudar o modo como se comunica numa sociedade cada vez mais global. “Esbatem-se assim antigas fronteiras, para se caminhar num sentido em que a informação será dialogante, sem regras impostas e como uma imensa sala de conversa”, está escrito no contracapa.
Na verdade, nos dias de hoje os chamados grandes media como jornais, canais televisivos ou rádios, pertencem a grandes grupos económicos que detêm o monopólio dos Meios de Comunicação Social. Com o surgimento da Internet, os grupos económicos tiveram que alterar o modo de funcionamento. De facto, o advento da Internet levou a uma inversão de papéis ao permitir, por exemplo, que os utilizadores passem a ser eles próprio produtores de notícias e outros conteúdos, dando origem a uma espécie de jornalismo cívico. É esta a perspectiva que Gilmor analisa no livro, ao verificar que as salas de conversa (chats), os fóruns, emails e listas de emails, e, acima de tudo, os weblogues, levaram a que o cidadão anónimo possa comunicar em tempo real e em interacção com muitos outros produtores, situados em espaços geográficos diferenciados.

LIVRO: Sobre a Televisão



BOURDIEU, Pierre (2001) Sobre a Televisão, Oeiras, Celta Editora, 115 págs

O livro compila a informação veiculada por este sociólogo em duas aulas no Collège de France. Crítico feroz dos Meios de Comunicação Social, Bourdieu desmonta aqui os mecanismos de censura invisível que se exerce sobre o pequeno ecrã, para além de revelar alguns dos segredos da fabricação de imagens e dos discursos televisivos.

LIVRO: Os novos cães de guarda

HALIMI, SERGE (1998), Os novos Cães de Guarda, Oeiras, Celta Editora, 117 págs

“Este livro baseia-se no registo metódico de informações altamente perecíveis e voláteis: radiofónicas ou televisivas, as palavras voam, e as da Imprensa escrita não são, por definição, menos efémeras. Este trabalho de arquivista tem por efeito minar um dos suportes invisíveis da prática jornalística, a amnésia (…) responsável por inconsequências e incoerências, quando não por cambalhotas e reviravoltas” é explicado logo no prefácio de um livro que desmistifica a validade e veracidade de algumas notícias e explica porque é que alguns acontecimentos são notícia e outros não. O papel de jornalistas que “forçam” determinadas informações a vir ao de cima é escalpelizado por Halimi, jornalista do Le Monde Diplomatique.

ARTIGO DE OPINIÃO
ENTREVISTA

domingo, setembro 25, 2005

LIVROS: A tirania da comunicação





RAMONET, IGNACIO (1999), A Tirania da Comunicação, Campo dos Media, Campo das Letras, 139 págs.

O livro aborda as censuras e manipulações camufladas em tempos de «farta» democracia. “Novos e sedutores «ópios do povo» propõem uma espécie de melhor dos mundos, distraem os cidadãos e desviam-nos da actividade cívica. Nesta nova época da alienação, no momento da world culture (cultura global) e das mensagens planetárias, as tecnologias da comunicação desempenham, mais do que nunca, um papel ideológico fulcral”, sintetiza o texto da contracapa do livro de Ramonet. A cobertura mediática da morte de Diana, o caso Clinton-Lewinsky, as notícias da Guerra do Golfo e o mimetismo dos meios de comunicação social que repetem e exploram temas até à exaustão, são alguns dos temas aflorados pelo comunicólogo espanhol.

Comunic@ções-em-linha



Este blog surgiu da vontade de apoiar pedagogicamente os alunos da disciplina de Teorias da Comunicação Social, do curso de Marketing e Relações Públicas, do Instituto Superior de Entre Douro e Vouga, Santa Maria da Feira. A finalidade é permitir, através da consulta semanal deste modo de publicação, de informações pertinentes e de contextualização das matérias leccionadas bem como proporcionar material de apoio que ajude a melhor perceber o universo comunicacional.
Será dado ênfase às escolas e autores do pensamento comunicacional contemporâneo, como forma de introduzir o aluno nos meandros de uma área vasta que será a médio prazo o seu universo profissional.
Como complemento serão aconselhadas leituras e disponibilizadas informações actuais sobre os fenómenos comunicacionais que se julgarem pertinentes.
Para que este modelo não se esgote apenas na circulação de comunicação descendente, os próprios alunos terão oportunidade de publicar artigos sobre as matérias leccionadas.

Aceitam-se também recensões críticas de livros e opiniões sobre filmes de cinema, programas de televisão ou opiniões sobre o estado da nação e do mundo e que de algum modo se relacionem com o mundo das comunic@ções em linha.