De um lado canta-se "venham mais cinco" e os artigos ou palavras censuradas estão assinaladas ao longo de toda a revista.
«Quando estiver a ler os textos que se seguem lembre-se de uma coisa: neste número, as palavras, as ideias e as realidades que retratam, e que foram objecto desta "censura" simulada, aparecem cortadas ou sublinhadas, e acompanhadas dos carimbos que a Censura usava nas provas dos textos produzidos pelos jornalistas. Há 35 anos, na prática diária do regime, aqueles trechos cortados eram realidades, pura e simplesmente, apagadas, realidades que deixavam de existir por força do lápis azul do censor», escreve-se no texto que acompanha o
vídeo desta edição.
Do outro surge a revista Sábado com as relações escondidas de Salazar com as famílias mais ricas.
Aqui está uma boa oportunidade para reflectir o que foi a realidade do país num passado recente ao mesmo tempo que se deve ter em conta a mais valia da liberdade de expressão e de informação. Num país onde ainda se culpa a liberdade dos males actuais, seria bom fazer a destrinça de que liberdade não é o mesmo que libertinagem, corrupção, ou falta de valores, uma confusão diversas vezes instalada na cabeça de muitos portugueses.
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