terça-feira, outubro 30, 2007

"A guerra dos mundos"


O LEGADO DO MEDO


Em 1938, aos 23 anos, o promissor Orson Welles, tendo como "pano de fundo" o livro "A Guerra dos Mundos", de H. G. Wells, "encena" num programa de rádio uma invasão de extraterrestres.


"Usando o microfone da rede de Rádio CBS, na programação do Mercury Theater, para o programa do tradicional Dia das Bruxas nos EUA, começou a transmitir um jantar-dançante, o qual, a partir de determinado momento, passou a ser interrompido por sucessivos boletins, cada vez mais dramáticos, descrevendo o desembarque de naves marcianas nos Estados Unidos.
Por uma série de factores, a transmissão teve uma audiência maior do que a normal. A qualidade da interpretação e um contexto histórico carregado de tensões, levaram a um resultado explosivo: um em cada cinco ouvintes não notou que se tratava de uma obra de ficção e parte considerável do público acreditou que a Terra estava realmente a ser invadida por marcianos.


Publica o Jornal Correio do Povo, de Porto Alegre-RS, a 31 de outubro de 1938: "A pesar do speaker ter advertido por quatro vezes durante o programa que se tratava apenas de uma ficção, houve pânico nos Estados Unidos". Milhares deixaram as suas casas, tentando fugir das cidades. O pânico provocou acidentes em série, prejuizos incalculáveis e até suicídios. Nunca mais a sociedade norte-americana olharia a rádio da mesma maneira.

"Guerra falsa na rádio espalha terror pelos Estados Unidos"Manchete do jornal Daily News de 01.11.38
"... Fizemos o que deveria ser feito. Aniquilamos o mundo diante dos seus ouvidos e destruímos a CBS. Mas vocês ficarão aliviados ao saber que tudo não passou de um entretenimento de fim-de-semana. Tanto o mundo como a CBS continuam a funcionar bem. Adeus e lembrem-se, pelo menos até amanhã, da terrível lição que aprenderam hoje à noite: aquele ser inquieto, sorridente e luminoso que invadiu a sua sala de estar, é um representante do mundo das abóboras e, se a campainha de sua porta tocar e ninguém estiver lá, não era um marciano... é Halloween (...)". (ver mais)


Fontes:

Informação adicional em:





A Guerra dos Mundos




Excerto emissão:


"Locutor - Não há previsão de grandes mudanças de temperatura nas próximas 24 horas. Uma ligeira depressão atmosférica, de origem desconhecida, foi observada nas proximidades de Nova Escócia; em consequência, é possível que caiam chuvas leves sobre os Estados da Região Norte. Máxima: 66 graus Fahrenheit; mínima: 48 graus. Previsão do Instituto Meteorológico Nacional. A partir deste momento passaremos a transmitir directamente do Meridian's Room, no Hotel Plaza, com Raymond Russelo e sua orquestra.


Música Espanhola-

Senhoras e senhores, boa noite. Directamente do Meridian's, do Hotel Plaza, no centro de Nova York, apresentamos a orquestra de Raymond Russelo, que vai Interpretar La Cumparsita.


Música


-Senhoras e senhores, interrompemos o nosso programa de música de dança a fim de transmitir um boletim extrada Intercontinental Radio News.

Às l9h40m de hoje, o professor Farrel, do observatório do Monte Jennings, em Chicago, Illinois, informou ter observado, sobre a superfície do planeta Marte, em intervalos regulares, várias explosões de gás Incandescente. O espectroscópio indicou que o gás em questão é hidrogénio e que as suas partículas se deslocam rumo à Terra com velocidade fantástica. O fenómeno foi confirmado pelo professor Pearson, do Observatório de Princeton, que o descreveu com as seguintes palavras; "Parecem chamas azuladas saídas do cano de um revólver".

Voltamos agora a transmitir do Meridian's Room do Hotel Plaza, no centro de Nova York, com a orquestra de Raymond Russelo.


Música e aplausos

- E agora ouvirão o sucesso de sempre, Stardust. com Raymond Russelo e sua orquestra.

Stardust


Interrupção


- Senhora e senhores, dando sequência ao boletim noticioso irradiado há poucos instantes, podemos informar agora que o Governo acaba de pedir a todos os observatórios do país que acompanhem ininterruptamente, através de seus telescópios, as mudanças em curso no planeta Marte. Levando em conta a natureza excepcional do fenómeno, entrevistamos o célebre professor Person que nos vai dar a sua opinião sobre o mesmo.

Enquanto aguardamos a ligação com o Observatório de Prtnceton Nova Jersey, continuemos a ouvir a orquestra de Raymond Russelo.


Stardust


- Deslocamo-nos agora para o Observatório de Princeton, onde Carl Philips, nosso enviado especial, entrevistará o professor Richard Pearson. Com vocês, Princeton.


Durante toda a sequência ouve-se, ao fundo, um tique-taque mecânico (...)".

sexta-feira, outubro 26, 2007

Curso de produção e aúdio

A d'Orfeu promove um curso intensivo de Som e Produção áudio, a decorrer em Águeda nos meses de Novembro e Dezembro.

É dirigido a todos os que trabalham ou pretendem trabalhar nesta área como técnicos de som (profissionais, amadores ou... curiosos) ligados à área do espectáculo e da produção cultural, essencialmente na área da música.

Os participantes terão contacto com as "máquinas" e as técnicas necessárias, servindo como base para a produção e a devida entrega de um espectáculo a quem o assiste: o público. Esta mesma entrega pode ser directamente do palco para a assistência ou pode ser simplesmente gravado e "entregue" mais tarde. Cadeia de áudio, microfones/captação, transdutores, potenciómetros, o directo, analógico/digital e software de áudio são as áreas de estudo previstas.

domingo, outubro 21, 2007

Lançamento: livro sobre publicidade, dia 22

No dia 22 de Outubro, pelas 18h30 decorre a apresentação do livro "Técnica e Estética na Publicidade", da autoria de Fernando Peixoto, na Fnac do Norteshopping:






domingo, outubro 14, 2007

CULTURA ERUDITA, CULTURA POPULAR, CULTURA DE MASSAS

"Questionamento à volta de três noções (a grande cultura, a cultura popular, a cultura de massas)" é o título de um ensaio, da autoria de Maria de Lourdes Lima dos Santos, que foi analisado por Gisela Gonçalves num artigo trabalhado na aula do dia 8 de Outubro e a continuar na aula do dia 15 de Outubro.

PONTOS PRINCIPAIS A DEBATER:
  • grande cultura/ cultura popular/ cultura de massas
    · Sociologia da cultura, que se dedica ao estudo das obras de produção nobre (domínio do saber constituído),
    · a sociologia da vida quotidiana, que como o nome indica, estuda as práticas culturais no domínio da experiência existencial
    · e a sociologia da comunicação, concentrada nas manifestações da cultura de massas.
  • "Mercantilização da produção cultural"/ quais as novas formas ligadas à produção em série e qual o efeito da reprodutividade na avaliação das legitimidades culturais.
  • Pierre Bourdieu (campo social, habitus e homologia)
    capital cultural (conhecimentos legítimos),
    capital social ( diferentes tipos de relações valorizadas)
    capital simbólico (prestígio e honra social),
    Todas as configurações sociais passíveis de se estabelecerem entre os quatro tipos de capital, desenvolvem-se sobre um espaço pré-configurado a que Bourdieu denomina «Campo social» : "Eu defino um campo como uma rede, ou uma configuração, de relações objectivas entre posições definidas objectivamente, na sua existência e nas determinações que impõem aos seus ocupantes, agentes ou instituições, pela sua situação presente e potencial ... na estrutura de distribuição do poder (ou capital), cuja posse comanda o acesso aos benefícios específicos que estão em jogo no campo, assim como pelas suas relações objectivas com outras posições... " (EXCERTO)
    Como essas posições sociais são estruturadas em termos de relação de poder estabelecem-se relações de dominação, subordinação ou equivalência (homologia) com outras, em virtude do acesso que possuem aos bens ou fontes (capital) que estão em jogo no campo.

  • produtos da cultura de massas - são efémeras

  • É caso para questionar, "O que aconteceu à cultura popular com a massificação da cultura?". Segundo a autora Mª de Lourdes Lima dos Santos há duas posições principais: ou sobreviveu amordaçada, reproduzindo-se até aos nossos dias; sobrevivendo adulterada sob o controlo e a tolerância das autoridades - caso do aproveitamento turístico do folclore; ou então, não ficou reduzida a esta concepção restrita de cultura - jogos, festas, tradições - mas alargou-se e actualizou-se.
  • críticos - a quem se reconhece competência para definir a legitimidade cultural das novas obras. O crítico conhecedor é a figura que sustenta o culto da raridade da obra d’arte, do mito carismático do criador singular - a legitimidade cultural. O crítico é também o mediador que assegura a boa conjugação entre poder, riqueza e saber, garante do gosto cultivado e regido por um conhecimento especializado.

  • consumismo cultural

A lógica consumista separa um "Antes" e um "Depois" da cultura moderna: "Antes" existia uma dinâmica interna dos grupos, onde as trocas se efectuavam ao ritmo das necessidades desses públicos; "Depois" toda a dinâmica, desde a produção ao consumo é ordenada por leis comerciais e a circulação de bens culturais é determinada por uma lógica externa - critérios económicos e não culturais. "Antes" existiam "Públicos de Cultura", "Depois" há um"Mercado de Cultura", consumidores e espaços consumistas.

  • culturas urbanas, cultura da massa, cultura de consumo, cultura mediática, indústrias culturais. Cultura urbana demarca-se mais facilmente das outras expressões porque têm audiências socialmente bastante diferenciadas e uma difusão restrita, se comparada com a cultura mediática nacional e internacional.
  • A cultura de massa, a cultura de consumo, a cultura mediática e indústrias de cultura são conceitos sinónimos, e que têm como referente o sector de produção, reprodução e difusão de bens e serviços culturais de série, regido por critérios prioritariamente económicos.
    Esta terminologia é utilizada contraposta ao conceito de grande cultura, cultura dominante, ou cultura de elite, que por sua vez se opõe a cultura popular, pequena tradição ou cultura tradicional.
  • Umberto Eco, na obra "Apocalípticos e Integrados" disserta sobre a noção de "Cultura de massas", considerando-a ambígua e imprópria.
    Do lado dos Apocalípticos há uma perspectiva pessimista da cultura de massas. No sentido tradicional, a cultura é um facto aristocrático, a cultivação ociosa, assídua e solitária de uma interioridade que se afina e se opõe à da multidão; só atingida pelas classes que dispunham de ócio para se dedicarem à cultivação. (...) Nesta perspectiva, a amálgama das massas só é superada por quem tiver a capacidade de lhe fugir: os "super-homens".
    Do lado dos Integrados a perspectiva já é optimista. Estes defendem que estamos a viver, com a cultura de massas, uma época de alargamento da área cultural - de democratização cultural. A TV, o jornal, a rádio, o cinema, a banda desenhada, o Reader’s Digest, são meios de comunicação que colocam os bens culturais à disposição de todos.

  • Críticas e defesas à cultura de massas
    1) Crítica: Os mass media dirigem-se ao público em geral; difundem por todo o globo uma cultura de tipo homogéneo; destroem as características culturais de cada grupo étnico - perda da consciência própria de grupo cultural com características específicas. Por isso, o público não manifesta exigências perante a cultura de massa; apenas se sujeita às suas propostas sem saber; Defesa: Ao contribuírem para a homogeneização do gosto e da cultura, os media servem para unificar as sensibilidades nacionais - conduzem ao nacionalismo.
    2) Crítica: Os media estão inseridos num circuito comercial sendo submetidos à lei da oferta e da procura - defender a cultura de massas é rebaixar a cultura superior ao mesmo nível dos outros bens de consumo. E quando difundem a cultura superior difundem-na "condensada" na forma mais económica e mais facilmente assimilável (por exemplo, fascículos de grandes pintores, grandes maestros, etc). Esta crítica é bem ilustrada pela frase de Hannah Arendt, «A cultura de massas faz dos clássicos não obras a compreender mas produtos a consumir»; Defesa: A cultura de massas não veio tomar o lugar de uma cultura superior. Apenas se difundiu junto das grandes massas populacionais que antes não tinham acesso aos bens de cultura. A indústria cultural permitiu a democratização da cultura.
    3) Crítica: Os media encorajam a uma visão acrítica e passiva do mundo porque ao nível de conteúdo, dão grande informação sobre o presente, "entorpecendo" qualquer consciência histórica. Os media tendem a provocar emoções em vez de a representarem; em vez de sugerirem uma emoção entregam-na já confeccionada. Defesa: A grande acumulação de informação não resulta em apatismo mas sim em formação, porque a variedade de informação sensibiliza o homem perante o mundo. Segundo Umberto Eco, toda esta problemática se encontra mal formulada. A defesa dos mass media peca por um certo "liberalismo económico": a convicção de que a circulação livre e intensiva dos vários produtos culturais de massas seja naturalmente boa e não necessita de ser submetida a uma orientação. Esquecem o facto de que a partir do momento em que a cultura é produzida por grupos de poder económico com fins lucrativos, fica submetida a todas as leis económicas que regulam o fabrico, a venda e o consumo dos outros produtos industriais: o produto deve agradar ao cliente, não lhe deve causar problemas, o cliente deve desejar o produto e ser induzido à sua progressiva substituição. «O erro dos apocalípticos-aristocratas é o de pensarem que a cultura de massas seja radicalmente má precisamente porque é um produto industrial, e que hoje possa acontecer uma cultura que se subtraia ao condicionalismo indústrial».
    (citação de UMBERTO ECO).
  • DILEMAS DA CULTURA DE CONSUMO


Primeiro, ao observar a antinomia inovação/standartização, constata que para lá da oferta de produtos standart, as indústrias culturais tendem a desenvolver uma oferta de produtos para públicos diferenciados, logo, a disputa pelos públicos consumidores pode abrir lugar à inovação. Da mesma forma, a natureza diferenciada das indústrias culturais constitui um factor de relativização dos efeitos massificadores que lhes podem ser imputados.
Um outro dilema importante, também referido por Lima dos Santos, é o dos interesses culturais versus interesses económicos. A inovação e a criação original é quase sempre uma ameaça financeira a evitar - caso dos produtores independentes e suas dificuldades financeiras. Por outro lado, há penetração do capital na produção, circulação e consumo cultural. Este processo organiza-se segundo um jogo com duas lógicas contrárias: reprodutibilidade capitalista e raridade da obra. O trabalho cultural ao ser inserido no processo da Indústria Cultural, transforma-se em trabalho colectivo. Por isso, continua a ser valorizado segundo o ideal do criador e princípio da raridade. É o exemplo do star-system.

ADVERTÊNCIA: As partes em itálico são excertos do artigo de Gisela Gonçalves.

quarta-feira, outubro 10, 2007

Plágio na publicidade

"Sony Bravia acusada de plágio
2007/10/10Pedro Quedas (Fonte: BRIEFING)

O mais recente anúncio criado pela Fallon para a Sony Bravia, que mostra vários coelhos animados em plasticina, gerou acusações de plágio por parte de uma dupla de artistas californianos, conhecidos por Kozyndan.
O duo acusa a agência de ter pedido para ver amostras do seu trabalho há dois anos atrás, no qual se incluía uma panorâmica com vários coelhos coloridos, no qual alegadamente se teriam inspirado.
Segundo um artigo do site BrandRepublic, a Fallon nega que os conceitos visuais a que chegaram neste anúncio tenham tido qualquer referencia ao trabalho dos Kozyndan. Já num anterior anúncio para a Sony Bravia, a agência tinha sido acusada de copiar a sua ideia de um sketch num talk show norte-americano."

Informação retirada na íntegra da BRIEFING

De se lhe tirar o chapéu...

Inauguração da exposição temporária OS CHAPÉUS DOS MEUS HERÓIS, no próximo dia 11 de Outubro, quinta-feira, pelas 16h.

Da Banda Desenhada, ao cinema e à televisão, muitos são os heróis e os vilões que fizeram do chapéu a sua imagem de marca e, mais do que isso, fizeram associar ao chapéu que usam diversas características de personalidade e forma de estar na vida!
Compreender esses personagens através dos seus chapéus é o objectivo desta exposição, totalmente inédita em Portugal, que apresentará belíssimas réplicas dos mais conhecidos personagens do mundo dos desenhos animados!
Entrada Gratuita
Horário:das 10h30 às 12h30 das 14h30 às 18h00

Fonte: Museu da Chapelaria

quarta-feira, outubro 03, 2007

Instintos Ocultos



Hoje, dia 4 de Outubro, está em Águeda o incrível, contundente, corrosivo e sempre polémico Leo Bassi. Quem não ouviu falar dele no Imaginarius?

A partir das 21h45.


Ver programação Festival Gesto Orelhudo em posts anteriores.

Slampampers: uma proposta para rir

Mr. Muggin' Buzz Base, Mr. Lonny Love, Eddie D. D. Edison e Dr. Alban Jive ao vivo e a cores

Slampampers nos Paços da Cultura em S. João da Madeira

Quinta-feira, 4 de Outubro, 21h45

Auditório dos Paços da Cultura de S. João da Madeira
Custo do bilhete: 5 euros (à venda no local)

«“Slampampers”, uma extravagância de quatro “musicómicos”, na linha dos mais hilariantes concertos “clown”. É esta a proposta dos Paços da Cultura de S. João da Madeira para quinta-feira, 4 de Outubro, a propósito do Dia Mundial da Música, que se assinala esta semana. O início está marcado para as 21h45».
Fonte: Câmara Municipal de S. João da Madeira

O mundo: preto no branco

A Campanha da Amnistia Internacional é um exemplo de como uma ideia simples pode transportar uma mensagem de resolução muito complicada.

terça-feira, outubro 02, 2007

"Madness": o email anónimo

Mesmo a propósito da recomendação do Conselho Deontológico dos Jornalistas - português - surge um exemplo da euforia da cobertura jornalística que privilegia um email anónimo enviado ao Princípe Carlos:

«A polícia britânica tem estado unicamente a trabalhar sobre aquilo que o casal McCann pretende e lhe convém», disse ao Diário de Notícias o coordenador do caso e responsável pelo Departamento de Investigação Criminal (DIC) de Portimão. Gonçalo Amaral comentava assim a notícia publicada segunda-feira em vários jornais ingleses dando conta de um e-mail anónimo enviado para o site oficial do príncipe Carlos que acusa uma ex-empregada do The Ocean Club, empreendimento de onde desapareceu Madeleine McCann, de ter raptado a menina por vingança. Gonçalo Amaral disse ao DN que tal informação não «tem qualquer credibilidade para a polícia portuguesa», estando «completamente posta de parte».

Fonte:Visão Online - Ligação Caso Maddie

"Madness" - a urgência do novo: ass recomendações

O Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas (CD) emitiu uma recomendação às direcções dos órgãos de comunicação social e aos jornalistas a propósito da cobertura do caso Madeleine McCann, para que alguns erros que foram cometidos neste processo sejam evitados em situações futuras".

As recomendações enumeradas na circular:

1 – Evitem que as notícias, deste ou de outro caso com repercussões públicas relevantes, privilegiem as audiências em detrimento da verdade factual e que a especulação vença o rigor;
2 – O uso de fontes anónimas deve ser uma excepção e, se usado, exige critérios muito rigorosos, tendo em conta o risco de promover o boato e a especulação;
3 – Promovam a pronta rectificação das informações que se revelem inexactas ou falsas (cf. nº 5 do Código Deontológico);
4 - Tenham um especial cuidado no tratamento da informação, procurando apoio de especialistas externos e independentes que possam elucidar os jornalistas (e consequentemente os leitores) sobre matérias de elevada complexidade e que exijam conhecimentos científicos e jurídicos.
5 – Ponderem sobre a supremacia do direito constitucional de informar sobre os demais direitos em jogo, e que, desse modo, tenham um especial cuidado na exposição de informação da esfera privada de eventuais suspeitos, arguidos ou réus antes de uma eventual sentença transitar em julgado.
6 – Devem fazer uma análise ponderada da forma como se tem estado a realizar a cobertura do caso Maddie para que os eventuais atropelos às regras deontológicas não sejam repetidos no futuro.

Salienta-se ainda que:
o uso de fontes anónimas não desresponsabiliza o jornalista; pelo contrário, obriga-o a um redobrado cuidado, pois em caso de a informação se revelar falsa será a credibilidade do jornalista e do seu órgão de comunicação social que está em causa. E não apenas em relação a esse trabalho.”

A estrutura deontológica recomenda assim que se evitem notícias que privilegiem as audiências em detrimento da verdade factual e em que a especulação vença o rigor, que se sigam critérios muito rigorosos para o uso de fontes anónimas e que se promova a pronta rectificação de informações que se revelem inexactas ou falsas, conforme o n.º 5 do Código Deontológico.

A recomendação apela ainda a que os jornalistas tenham um especial cuidado no tratamento da informação, procurando apoio de especialistas externos e independentes que os possam elucidar sobre matérias de elevada complexidade e que exijam conhecimentos científicos e jurídicos, levem em consideração o direito à privacidade de eventuais suspeitos, arguidos ou réus e analisem os eventuais atropelos à deontologia ocorridos neste caso para que os mesmos não se repitam.

Fonte: Informação retirada do Sítio do Sindicato dos Jornalistas