sábado, outubro 21, 2006

Bullet Theory - a teoria das balas mágicas

Que poder têm os MCS?
Qual o efeito que produzem nos cidadãos?


A conclusão dos primeiros comunicólogos foi a de que a determinados estímulos emitidos pelos MCM decorriam efeitos precisos e esperados.

A teoria das balas mágicas popularizou-se a partir de 1920, e fundava-se no conceito de que o processo de comunicação de massas é equivalente ao que se passa numa galeria de tiro. Bastava atingir o alvo para que este caísse. As balas eram irresistíveis, as pessoas estavam totalmente indefesas. Outra expressão escolhida para designar esta corrente de pensamento foi a teoria das agulhas hipodérmicas, pois achava-se que os meios de comunicação eram como agulhas que injectavam estímulos nas veias, de forma a provocar determinadas reacções desejadas.
As ideias fundamentais por detrás desta teoria sugeriam que a sociedade moderna era constituída por «átomos» de indivíduos aglomerados em massas uniformes, que respondiam de forma imediata e directa aos estímulos da comunicação social
”. José Rodrigues dos Santos (2001: 18)
Para as conclusões e receios "proclamados" pela teoria das balas mágicas (ou hipodérmica) contribuíram:
- Meios de Comunicação de Massa (Rádio, Cinema) - receio de influência
- Divulgação de algumas estratégias de propaganda usadas nos conflitos
- PSICOLOGIA BEHAVIORISTA (este modelo apelidado também de estímulo-resposta ficou conhecido pela experiência de Pavlov). De acordo com esta teoria mecanicista, a comunicação é sobretudo um processo de reacção. ( E -> R (Estímulo –> Resposta))

Ideia central: “Cada elemento do público é pessoal e directamente atingido pela mensagem”
(Wright)

A audiência é vista como uma massa amorfa, que responde de maneira imediata e uniforme aos estímulos recebidos. Esta teoria defendia uma relação directa entre a exposição às mensagens e o comportamento. Se uma pessoa era “apanhada” pela propaganda era controlada, manipulada e levada a agir conforme a mensagem veiculada.
O receio acentuou-se com a célebre emissão radiofónica de Orson Welles da obra "Guerra dos Mundos" um romance de ficção científica de Herbert George Wells , que narrava a invasão da Terra por marcianos inteligentes.
Às vinte horas de domingo, 30 de Outubro de 1938, o locutor da COLUMBIA BROADCASTING SYSTEM, de New York, anunciou:
A Columbia Broadcasting System e as suas estações apresentam Orson WELLES e o Mercury Theatre na "Guerra dos Mundos", H. G. WELLS.
Tratava-se, na verdade, do famoso romance, adaptado por Howard KOCH, para uma hora de rádio. Os marcianos invadindo a terra, metidos em cilindros metálicos; depois, a interpretação sonora do extermínio da raça humana pelos monstros. A transmissão durou uma hora, mas, antes que ela findasse, milhares de pessoas, nos Estados Unidos, - por mais extraordinário que pareça ! - rezavam, choravam, fugiam espavoridas ante o avanço dos habitantes de Marte! Outros despediam-se dos parentes, pelo telefone, preveniam os vizinhos do perigo que se aproximava, procuravam notícias nos jornais ou noutras estações de rádio, pediam ambulâncias aos hospitais e automóveis à Polícia.Mais tarde, centenas de pessoas foram ouvidas, num grande inquérito científico.
Depoimentos :
MRS. FERGUSON, doméstica de New Jersey: "...Senti que era qualquer coisa de terrível e fui tornada de pânico... Decidimos sair, levámos mantas...
JOSEPH HENDLEY "...Caímos de joelhos e toda a família rezou...A
ARCHIE BVRBANK "...O locutor foi asfixiado, por acção dos gases: a estação calou-se. Procurámos sintonizar outra emissora, mas em vão... Enchemos o depósito do carro e preparámo-nos para fugir, o mais depressa possível..."
MRS. JOSLIN "...Quando o locutor disse - Abandonem a cidade! - ...agarrei o meu filho nos braços, e precipitei-me, pela escada abaixo..."
Textos de apoio:
Artigo de Opinião Eduardo Cintra Torres Aterrorizando as massas (Jornal Público)

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