domingo, dezembro 10, 2006

Sociedade em Rede

Reflexão sobre a obra de Manuel Castells


"A revolução da tecnologia da informação e a reestruturação do capitalismo introduziram uma nova forma de sociedade, a sociedade em rede" (M. Castells).

O sociólogo catalão Manuel Castells na trilogia “A sociedade de informação” faz um apanhado mundial das mutações em curso provocadas pela Sociedade em rede. Em boa verdade, numa sociedade cada vez mais comunicacional e global, novas formas de marginalização surgem, com destaque para os info-excluídos, não só dos países menos desenvolvidos, mas também daqueles que nas sociedades mais tecnológicas estão de fora.

Em simultâneo, com o desenvolvimento, os conceitos como globalização, flexibilidade e rentabilidade do trabalho passaram a coabitar com a necessidade de se encontrar um caminho de, através dessa nova infra-estrutura comunicacional, construir uma sociedade melhor, aproveitando as potencialidades da sociedade informacional como forma de combater as desvantagens de um mundo desigual em termos demográficos, sociais, políticos, económicos e culturais.

Para alguns autores como Dominique Wolton (1999:28-29), o surgimento de novas formas de comunicação vieram levantar questões essenciais tais como:

“(…) para que servem todas estas tecnologias de comunicação? Qual a relação entre as necessidades de comunicação dos homens e das sociedades e das sociedades e esta explosão da tecnologias? Até que ponto vai a necessidade humana de comunicar? Que relação existe entre relação técnica e comunicação humana? Para que servem todas estas cadeias de entregas ao domicilio? E qual a utilidade de poder consultar directamente a Biblioteca de Alexandria ou a do Congresso dos Estados Unidos? Quais são os custos e o preço desta revolução? Que desigualdades e que relações de força dela emanam? Que problemas resolvem as tecnologias de comunicação, e que problemas colocam? Face a estas questões de bom senso, o dogma actual – pois trata-se de um dogma – assimila a felicidade individual e colectiva à capacidade de estar ‘ligado’”.

No primeiro volume da trilogia “A sociedade de informação”, Castells (2002:25) faz a distinção entre os conceitos de “sociedade da informação” e “sociedade informacional”. No primeiro caso, é destacado o papel da informação na sociedade. No segundo, está implicada a existência “de uma forma específica de organização social na qual a produção de informação, o seu processamento e transmissão se tornam nas fontes principais da produtividade e do poder”.

O autor defende ainda que “a economia é informacional (…) pois os atributos culturais e institucionais de todo o sistema social devem ser incluídos na implementação e difusão do novo paradigma tecnológico” (Castells, 2002: 122).

O novo paradigma – o da tecnologia da informação – possui como componentes cinco factores:
a informação é a matéria-prima;
penetra em todos os sectores da actividade humana;
está estruturada em rede;
é altamente flexível – admite a readaptação permanente - e, por último, está aberta convergência e à interdisciplinaridade ao admitir a união de diferentes áreas.
A sociedade em rede

“As novas tecnologias da informação estão a integrar o mundo em redes globais de instrumentalidade” (Castells, 2001:26).
A “nova economia” é “informacional, global e em rede” (2002: 95).

No final do segundo milénio da Era Cristã, foram vários os acontecimentos historicamente importantes que transformaram o cenário social da vida humana. Uma revolução tecnológica, centrada nas tecnologias da informação, começou a remodelar, de forma acelerada, a base material da sociedade. (...) O próprio capitalismo passou por um processo de profunda reestruturação, caracterizado por maior flexibilidade na gestão; pela descentralização e ligação em rede das empresas entre si e com outras empresas; pelo considerável fortalecimento do capital em relação ao trabalho, com o declínio concomitante da influência do movimento sindical; pela crescente individualização e diversificação das relações de trabalho; pela incorporação maciça de mulheres na força de trabalho remunerado (...) pela intervenção do Estado para desregular os mercados de forma selectiva e destruir o Estado-Providência”.
(Castells, 2002).

A emergência de um novo paradigma tecnológico organizado em torno das novas tecnologias de informação com mais capacidades e mais flexíveis permite que a própria informação se torne num produto do processo de produção” (Castells, 2002: 96).

Para Castells existe uma dualidade entre o espaço dos fluxos e o espaço dos lugares. O primeiro é o lugar das redes globais. Situa-se algures no ciberespaço, o mesmo em que se localiza a Internet, as intranets, as redes de Multibanco, os circuitos financeiros as redes de telecomunicações, isto é, o espaço da “era da informação”, local por excelência do poder, circulação de dinheiro e de informação.
Geograficamente ficamos órfãos. Na nova acepção de tempo e espaço navegamos em nenhures. Para Castells esta desterritorialização traz uma vantagem: a lógica organizacional não depende do espaço, ao contrário das organizações situados numa dada morada, constituídas por pessoas e que são dependentes desse espaço. A lógica organizacional encontra-se no espaço dos fluxos, que se situa acima do dos lugares, por isso, menos permissiva a ser influenciada por contextos sociais. É aqui que entra a globalização. De um lado estão as potências que “habitam” o espaço dos fluxos e o dominam e, por outra, estão aqueles que se encontram no espaço dos lugares: incapazes de negociar, com menos formação, sem poder sobre o investimento, os excluídos.
Para debater:
O que é a Internet? O que é a Sociedade em Rede? O que é a nova economia? O que é uma Cidade Digital? Qual o impacto das novas tecnologias nas nossas vidas? Existe jornalismo on-line? Quem são os webjornalistas? Os jornais vão acabar? Que novas formas de sociabilidade surgirão? Diminuiram as assimetrias entre países desenvolvidos e não desenvolvidos? Afinal, existe uma aldeia global?
Textos de Apoio:

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Apresentação de Livro no Orfeão - 8 Dezembro, 17h


Dia 08 de Dezembro pelas 17h, Orfeão de Santa Maria da Feira, no âmbito da Feira do Livro

Sessão de autógrafos com Rui Pedro Silva
Apresentação do Livro: "Contigo Torno-me Real"

O "Contigo Torno-me Real" é um livro sobre os Doors em homenagem a Jim Morrison, versando a sua influência na arte e o culto que lhe é prestado. É uma obra que tem a plena aceitação dos três Doors sobreviventes (com os quais o autor tem relações cordiais) assim como as personalidades mais significativas do staff original da banda e artistas nacionais e internacionais.

O Prefácio foi escrito por Jac Holzman, o Presidente e Fundador da Elektra Records, a editora que lançou a banda. Foi Jac Holzman que retirou os Doors do circuito de clubes da Sunset Boulevard em Los Angeles (Whisky a Go-Go), assinou contracto com eles e deu-os a conhecer ao mundo. Tal como os Doors Holzman lançou os Queen, Alice Cooper, Tim Buckley e muitos outros. Jerry Hopkins e Danny Sugerman, autores da biografia oficial dos Doors: "Daqui Ninguém Sai Vivo", são também algumas das ilustres personalidades internacionais que compõe a obra.
Nesta obra, Rui Pedro Silva quis também dar voz aos músicos portugueses e dessa forma convidou diferentes artistas e confrontou várias gerações desses músicos. Dos participantes destacam-se nomes como: Rui Veloso, Sérgio Godinho, Jorge Palma, Tim e Zé Pedro (Xutos e Pontapés), António Manuel Ribeiro (UHF), Luís Represas, Pedro Abrunhosa, João Grande (Táxi) Adolfo Luxúria Canibal (Mão Morta), Fernando Girão, Fernando Martins (Ritual Tejo) Miguel Guedes (Blind Zero), Abel Beja (Primitive Reason), Carlos Tê (compositor), Corvos, Quinta do Bill, Santos e Pecadores, etc.


O autor:
Para além da paixão pela mítica banda do Rei Lagarto, Rui Pedro Silva é licenciado em Ciências da Comunicação que concluiu em 2000 com uma tese que versa o contraste entre o homem (Jim Morrison) e o seu mito (o Rei Lagarto). Em 2001 foi considerado o maior fã dos Doors em Portugal. Essa distinção veio da própria Warner Music e da Rádio Comercial. Um dos factores que pesou crucialmente para essa escolha foi a transposição do conhecimento e afecto que tem
pelos Doors para um trabalho científico.

A 3 de Julho de 2001, foi convidado a estar presente no tributo do 30º aniversário da morte de Jim Morrison em Paris. Esteve no cemitério de Père Lachaise (no túmulo de Morrison) na companhia de Ray Manzarek (organista dos Doors), Danny Sugerman (Biógrafo dos Doors) e de milhares de fãs provenientes de todos os recantos do mundo. Poucas horas mais tarde, esteve a convite no magnífico tributo restrito que Ray Manzarek e Danny Sugerman prepararam para os fãs e que decorreu no teatro parisiense "Les Bouffes Du Nord". Nesse teatro Rui Silva assistiu a momentos únicos e estreitou laços com Ray e Danny que viriam a revelar-se cruciais.

Fim de semana no Luso-Brasileiro

sexta-feira, dia 8
15h00 PULSAR GLAUBERIANODi - Glauber, Glauber Rocha, 18’Dramática, Ava Gaitan Rocha, 19’De Glauber Para Jirges, André Ristum, 18’
16h45 BRASIL REAL 1À Margem do Concreto, Evaldo Mocarzel, BR, 84
20h30 Sangue Novo: Gustavo Acioli Cão Guia, 18’Numa Noite Qualquer, 11’Nada a Declarar, 9’Mora na Filosofia, 9’
22h00 Filme Produzido pelos 10 Anos do Festival de Santa Maria da Feira Rusga, Rui Pedro Tendinha, PT, 16’
22h30 Sessão Competitiva de Longas Metragens 5 Incuráveis, Gustavo Acioli, BR, 82’
24h00 Sessão Competitiva de Longas Metragens 6 Wood & Stock – Sexo, Orégano e Rock’N’Roll, Otto Guerra, BR, 81’

sábado, dia 9
15h00 BRASIL REAL 2 Atos dos Homens, Kiko Goifman, BR, 75’
16h45 SESSÃO ESPECIAL 1Rockumentário, Sandra Castiço, PT, 40’Humanos – A Vida em Variações, António Ferreira, PT, 33’
20h30 Sessão Competitiva de Curtas Metragens 5Alguma Coisa Assim, Esmir Filho, BR, 15’A Vida ao Lado, Gustavo Galvão, BR, 12’Vermelho Rubro do Céu da Boca, Sofia Federico, BR, 18’Noite de Sexta Manhã de Sábado, Kleber Mendonça Filho, BR, 15’
22h00 Sessão Competitiva de Longas Metragens 7 O Céu de Suely, Karim Ainouz, BR, 88’
24h00 Somos Todos Filhos da TerraBerlinball, Anna Azevedo, BR, 17’Stuart, Zepe, PT, 11’Estertor, Davi Moori, Victor Reis, Diogo Dias, BR, 15’Teoria da Paisagem, Roberto Bellini, BR, 3’Sniper # 1, Paulo Abreu, PT, 3’Tyger, Guilherme Marcondes, BR, 4’Tapa na Pantera, Rafael Gomes, Esmir Filho, Mariana Bastos, BR, 3’

domingo, dia 10
15h00 BRASIL REAL 3 Meninas, Sandra Werneck, BR, 71’
16h45 SESSÃO ESPECIAL 2Quarta B, Marcelo Galvão, BR, 90’
20h30 SESSÃO ESPECIAL 3O Ano Mais Longo, Marco Martins, PT, 30’
21h30 Sessão de Encerramento Entrega de PrémiosCarreiras, Domingos de Oliveira, BR, 73’

Fim de semana no Luso-Brasileiro



Hoje no auditório da Biblioteca Municipal

20h30 Sessão Competitiva de Curtas Metragens 4 Jonas e a Baleia, Felipe Bragança, BR, 19’Joyce, Caroline Leone, BR, 14’Beijo de Sal, Fellipe Gamarano Barbosa, BR, 18’Realce, João Carrilho, PT, 13’

22h00 Sessão Competitiva de Longas Metragens 4 A Concepção, José Eduardo Belmonte, BR, 90’
24h00 Edgard NavarroAlice no País das Mil Novilhas, 18’O Rei do Cagaço, 9’Exposed, 7’Porta de Fogo, 21’Lin e Katazan, 8’Superoutro, 45’