"A revolução da tecnologia da informação e a reestruturação do capitalismo introduziram uma nova forma de sociedade, a sociedade em rede" (M. Castells).
O sociólogo catalão Manuel Castells na trilogia “A sociedade de informação” faz um apanhado mundial das mutações em curso provocadas pela Sociedade em rede. Em boa verdade, numa sociedade cada vez mais comunicacional e global, novas formas de marginalização surgem, com destaque para os info-excluídos, não só dos países menos desenvolvidos, mas também daqueles que nas sociedades mais tecnológicas estão de fora.
Em simultâneo, com o desenvolvimento, os conceitos como globalização, flexibilidade e rentabilidade do trabalho passaram a coabitar com a necessidade de se encontrar um caminho de, através dessa nova infra-estrutura comunicacional, construir uma sociedade melhor, aproveitando as potencialidades da sociedade informacional como forma de combater as desvantagens de um mundo desigual em termos demográficos, sociais, políticos, económicos e culturais.
Para alguns autores como Dominique Wolton (1999:28-29), o surgimento de novas formas de comunicação vieram levantar questões essenciais tais como:
“(…) para que servem todas estas tecnologias de comunicação? Qual a relação entre as necessidades de comunicação dos homens e das sociedades e das sociedades e esta explosão da tecnologias? Até que ponto vai a necessidade humana de comunicar? Que relação existe entre relação técnica e comunicação humana? Para que servem todas estas cadeias de entregas ao domicilio? E qual a utilidade de poder consultar directamente a Biblioteca de Alexandria ou a do Congresso dos Estados Unidos? Quais são os custos e o preço desta revolução? Que desigualdades e que relações de força dela emanam? Que problemas resolvem as tecnologias de comunicação, e que problemas colocam? Face a estas questões de bom senso, o dogma actual – pois trata-se de um dogma – assimila a felicidade individual e colectiva à capacidade de estar ‘ligado’”.
No primeiro volume da trilogia “A sociedade de informação”, Castells (2002:25) faz a distinção entre os conceitos de “sociedade da informação” e “sociedade informacional”. No primeiro caso, é destacado o papel da informação na sociedade. No segundo, está implicada a existência “de uma forma específica de organização social na qual a produção de informação, o seu processamento e transmissão se tornam nas fontes principais da produtividade e do poder”.
O autor defende ainda que “a economia é informacional (…) pois os atributos culturais e institucionais de todo o sistema social devem ser incluídos na implementação e difusão do novo paradigma tecnológico” (Castells, 2002: 122).
O novo paradigma – o da tecnologia da informação – possui como componentes cinco factores:
Em simultâneo, com o desenvolvimento, os conceitos como globalização, flexibilidade e rentabilidade do trabalho passaram a coabitar com a necessidade de se encontrar um caminho de, através dessa nova infra-estrutura comunicacional, construir uma sociedade melhor, aproveitando as potencialidades da sociedade informacional como forma de combater as desvantagens de um mundo desigual em termos demográficos, sociais, políticos, económicos e culturais.
Para alguns autores como Dominique Wolton (1999:28-29), o surgimento de novas formas de comunicação vieram levantar questões essenciais tais como:
“(…) para que servem todas estas tecnologias de comunicação? Qual a relação entre as necessidades de comunicação dos homens e das sociedades e das sociedades e esta explosão da tecnologias? Até que ponto vai a necessidade humana de comunicar? Que relação existe entre relação técnica e comunicação humana? Para que servem todas estas cadeias de entregas ao domicilio? E qual a utilidade de poder consultar directamente a Biblioteca de Alexandria ou a do Congresso dos Estados Unidos? Quais são os custos e o preço desta revolução? Que desigualdades e que relações de força dela emanam? Que problemas resolvem as tecnologias de comunicação, e que problemas colocam? Face a estas questões de bom senso, o dogma actual – pois trata-se de um dogma – assimila a felicidade individual e colectiva à capacidade de estar ‘ligado’”.
No primeiro volume da trilogia “A sociedade de informação”, Castells (2002:25) faz a distinção entre os conceitos de “sociedade da informação” e “sociedade informacional”. No primeiro caso, é destacado o papel da informação na sociedade. No segundo, está implicada a existência “de uma forma específica de organização social na qual a produção de informação, o seu processamento e transmissão se tornam nas fontes principais da produtividade e do poder”.
O autor defende ainda que “a economia é informacional (…) pois os atributos culturais e institucionais de todo o sistema social devem ser incluídos na implementação e difusão do novo paradigma tecnológico” (Castells, 2002: 122).
O novo paradigma – o da tecnologia da informação – possui como componentes cinco factores:
a informação é a matéria-prima;
penetra em todos os sectores da actividade humana;
está estruturada em rede;
é altamente flexível – admite a readaptação permanente - e, por último, está aberta convergência e à interdisciplinaridade ao admitir a união de diferentes áreas.
A sociedade em rede
“As novas tecnologias da informação estão a integrar o mundo em redes globais de instrumentalidade” (Castells, 2001:26).
A “nova economia” é “informacional, global e em rede” (2002: 95).
“No final do segundo milénio da Era Cristã, foram vários os acontecimentos historicamente importantes que transformaram o cenário social da vida humana. Uma revolução tecnológica, centrada nas tecnologias da informação, começou a remodelar, de forma acelerada, a base material da sociedade. (...) O próprio capitalismo passou por um processo de profunda reestruturação, caracterizado por maior flexibilidade na gestão; pela descentralização e ligação em rede das empresas entre si e com outras empresas; pelo considerável fortalecimento do capital em relação ao trabalho, com o declínio concomitante da influência do movimento sindical; pela crescente individualização e diversificação das relações de trabalho; pela incorporação maciça de mulheres na força de trabalho remunerado (...) pela intervenção do Estado para desregular os mercados de forma selectiva e destruir o Estado-Providência”.
(Castells, 2002).
“A emergência de um novo paradigma tecnológico organizado em torno das novas tecnologias de informação com mais capacidades e mais flexíveis permite que a própria informação se torne num produto do processo de produção” (Castells, 2002: 96).
Para Castells existe uma dualidade entre o espaço dos fluxos e o espaço dos lugares. O primeiro é o lugar das redes globais. Situa-se algures no ciberespaço, o mesmo em que se localiza a Internet, as intranets, as redes de Multibanco, os circuitos financeiros as redes de telecomunicações, isto é, o espaço da “era da informação”, local por excelência do poder, circulação de dinheiro e de informação.
“As novas tecnologias da informação estão a integrar o mundo em redes globais de instrumentalidade” (Castells, 2001:26).
A “nova economia” é “informacional, global e em rede” (2002: 95).
“No final do segundo milénio da Era Cristã, foram vários os acontecimentos historicamente importantes que transformaram o cenário social da vida humana. Uma revolução tecnológica, centrada nas tecnologias da informação, começou a remodelar, de forma acelerada, a base material da sociedade. (...) O próprio capitalismo passou por um processo de profunda reestruturação, caracterizado por maior flexibilidade na gestão; pela descentralização e ligação em rede das empresas entre si e com outras empresas; pelo considerável fortalecimento do capital em relação ao trabalho, com o declínio concomitante da influência do movimento sindical; pela crescente individualização e diversificação das relações de trabalho; pela incorporação maciça de mulheres na força de trabalho remunerado (...) pela intervenção do Estado para desregular os mercados de forma selectiva e destruir o Estado-Providência”.
(Castells, 2002).
“A emergência de um novo paradigma tecnológico organizado em torno das novas tecnologias de informação com mais capacidades e mais flexíveis permite que a própria informação se torne num produto do processo de produção” (Castells, 2002: 96).
Para Castells existe uma dualidade entre o espaço dos fluxos e o espaço dos lugares. O primeiro é o lugar das redes globais. Situa-se algures no ciberespaço, o mesmo em que se localiza a Internet, as intranets, as redes de Multibanco, os circuitos financeiros as redes de telecomunicações, isto é, o espaço da “era da informação”, local por excelência do poder, circulação de dinheiro e de informação.
Geograficamente ficamos órfãos. Na nova acepção de tempo e espaço navegamos em nenhures. Para Castells esta desterritorialização traz uma vantagem: a lógica organizacional não depende do espaço, ao contrário das organizações situados numa dada morada, constituídas por pessoas e que são dependentes desse espaço. A lógica organizacional encontra-se no espaço dos fluxos, que se situa acima do dos lugares, por isso, menos permissiva a ser influenciada por contextos sociais. É aqui que entra a globalização. De um lado estão as potências que “habitam” o espaço dos fluxos e o dominam e, por outra, estão aqueles que se encontram no espaço dos lugares: incapazes de negociar, com menos formação, sem poder sobre o investimento, os excluídos.
Para debater:
O que é a Internet? O que é a Sociedade em Rede? O que é a nova economia? O que é uma Cidade Digital? Qual o impacto das novas tecnologias nas nossas vidas? Existe jornalismo on-line? Quem são os webjornalistas? Os jornais vão acabar? Que novas formas de sociabilidade surgirão? Diminuiram as assimetrias entre países desenvolvidos e não desenvolvidos? Afinal, existe uma aldeia global?
Textos de Apoio:
Media, Mass Media, Novos Media e a Crise da Cidadania, Alexandre Sá
A IDEOLOGIA DOS NOVOS MEDIA, Gil Ferreira